Friday, January 17, 2014

Hoje tive saudades deste texto. Fui buscá-lo ao baú. Publicado em 28/04/2012.


Quanto tempo temos para nós? Quanto tempo podemos esperar que a vida mude para fazermos alguma coisa dela, alguma coisa que nos seja importante? Podemos inventar todas as desculpas, a mais óbvia, não temos tempo, ou não temos dinheiro, ou a profissão não permite, ou ainda não chegámos àquele ponto da carreira do qual conseguimos sentir o cheiro do sucesso, para que nos sintamos realizados o suficiente para... finalmente começar a viver.

Não quero esperar. Não quero que o tempo tome conta de mim, quero eu antes fazer dele aquilo que eu preciso. Quero amar o homem que amo, quero que ele me ame de volta com toda a lamechice e foleirada que está associada. Quero romance, palavras bonitas, sorrisos carinhosos, quero ficar horas a olhar para ele e imaginar de que cor será os olhos dos nossos filhos, a que feitio vão puxar, quero ser mãe dos filhos e do pai, quero que ele seja pai de todos também. Quero cozinhar para todos e reclamar para que comam a sopa e a salada, quero-lhes contar, vezes sem conta, a história de como me apaixonei pelo pai. Quero que eles tenham mais respeito pelo pai, mas que venham a correr para mim quando lhes doer a barriga. Quero que o pai lhes conte histórias e que chame pelas minhas cantigas quando ainda não os tiver conseguido adormecer. 
Para estas coisas não se tem tempo. Tem-se vida. 

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